Quarenta e Sete



-Não acredito que eu perdi isso. –estava falando com a Isa pelo telefone.
=É amiga, perdeu. –rimos- Mas e você? Tá meio diferente.
-Fui ver a Bianca hoje.
-Isa, isso não é bom pra você.
-Agora eu tenho certeza de que ela não é normal. O jeito que ela me olhava me congelava por dentro. Eu contei a ela que era eu e a reação dela foi inacreditável. –chamaram no interfone.
-Deixa que eu vou. –Luan foi atender e voltou em instantes- É seu pai.
-Isa, eu te ligo depois amiga. – fui abrir a porta- Oi.
-A Lívia tá aí? Me deixa falar com ela. –ele entrou e subiu voando pro quarto dela- Filha? –ele bateu na porta- Por favor, abre.
-Ela tá dormindo.
-Preciso falar com ela.
-Espera um pouco. Mas não aqui. –ele se afastou da porta.
-Vou descer. Leva ela pra mim. –ele desceu as escadas. Abri a porta e acordei a Lívia, que ainda estava sob o efeito do álcool.
-Vem tomar banho pra melhorar isso. Se não você apaga de novo. –ela não me respondeu nada e começou a chorar em silencio. Tirei sua blusa, depois o seu short. Ela ficava em pé com um pouco de dificuldade. Quando tirei sua meia calça, dei um passo pra trás de susto. O topo de suas coxas estava com repetidos cortes, sempre um perto do outro. Alguns pareciam recentes, já outros eram cicatrizes. Ela se encostou na parede, e tentava cobrir os cortes com as mãos. Estava com a cabeça baixa e me olhava do canto do olho. Comecei a chorar também.
-É você quem faz isso? –ela demorou um pouco e assentiu com a cabeça devagar- E a culpa é minha? –ela não me respondeu e fixou o olhar no chão- Vem. –com um pouco de dificuldade, a levei pro banheiro e liguei o chuveiro.
-Tá gelada. –ela reclamou quando a coloquei embaixo d’agua.
-Tem que ser. –ela vomitou mais uma vez antes de terminarmos. Parecia que ela não estava lá. Era como se ela voltasse a ter 7 anos e eu fizesse o mesmo que antes, escolhesse suas roupas, enxugasse seu cabelo... Mas  não era a minha irmãzinha que estava ali mais. Era a minha irmã de 16 anos, que logo se tornaria uma mulher independente. Com algumas lembranças ruins, mas independente.
Enxuguei seu cabelo, coloquei nela um vestido solto e ela se deitou. Ela se virou devagar até o criado mudo e pegou uma gilete na gaveta. Logo entendi o que ela iria fazer e o peguei.
-Não. –pedi.
-Você não vai entender. Eu preciso disso.
-Não, não precisa. Por favor. –eu chorava- Tô aqui com você e nunca vou sair. Você tem que confiar em mim, me diz o por que...
Ela se deitou novamente e fechou os olhos. Em segundos, apagou. Me sentei ao lado da cama dela e continuei a chorar, olhando o rosto dela abatido.
-Amor? –me virei pra trás e vi o Luan na porta. Me levantei e abracei ele.
-Eu quero acordar Lu. Ver que tudo isso é um pesadelo, que passou.
-Sendo pesadelo ou realidade, eu tô aqui. Eu te amo. Sempre que você cair, eu vou estar ao seu lado pra te ajudar a levantar de novo.
-Talvez eu não mereça isso tudo.
-Por quê? Porque você se diminui tanto?
-Luan, eu te deixei sozinho ontem. E mesmo assim você veio atrás de mim. –meu pai subiu as escadas.
-Cadê ela?
-A Lívia não vai acordar agora.
-Por quê?
-Pai, volta amanhã tá bom? –Luan foi para o meu quarto.
-Pede desculpas pra ela, por favor. Eu perdi o controle quando soube... Daquelas fotos. Me machuca muito saber que tem alguém te machucando.
-Pai, não é isso o que tá me machucando.
-Tá bom. Não vou mais me meter em sua vida. Só espero que... –ele abaixou a cabeça- Que um dia você consiga me perdoar.

OI AMOOOORS, COMO VÃO VOCÊS, O QUE ESTÃO  ACHANDO DA FANFIC, HEIN, HEIN? OLHA, AGORA A SAGA SINAIS TEM UM TUMBLR TAMBÉM (É NÓIS DOMINANDO TODAS AS REDES SOCIAIS. HEHEHE) QUEM QUISER, SEGUE LÁ (CLICA).
BEIJINHOS DA DAN E ATÉ O PRÓXIMO CAPÍTULO.

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