Cinquenta e Oito



-E a nossa lua de mel? A gente nem pensou ainda.
-Nem marcamos o casamento.
-Mas fala onde cê quer ir. -entramos no elevador.
-Bom, sempre quis ir pra Veneza. Mas você escolhe.
-Sério?
-Sério.
-Então vamos pra Veneza. –rimos. O elevador parou e eu apertei a mão do Luan.
-Ah, eu não gosto disso daí não.
-Nem eu. –Luan ligou pra recepção do hotel- O elevador parou. –pausa- Tá, a gente espera. –ele desligou- Mandaram a gente esperar.
-Ai, eu tenho medo disso.
-De elevador?
-Quando para, sim.
-Vem cá que eu te protejo. –sorrimos e eu o abracei. O abraço virou um beijo.
-Luan, espera.
-Olhando por esse lado, eu gosto de elevadores.
-Para Luan! –eu ri. Luan continuou a me beijar a boca e o pescoço, até que o elevador fez um barulho e continuou a subir. Ele se soltou de mim e ficamos com cara de sonsos até o elevador abrir. Tinham alguns funcionários do hotel na saída. Eles nos perguntaram se estava tudo bem, nos pediram desculpas e nós respondemos calmamente que estava tudo bem.
Entramos no quarto e antes mesmo de fechar a porta direito, eu tive um ataque de risos.
-Luan, você é muito cínico!
-Eu? O que eu fiz? –ele ria também- Avá, o sujo falando do mal lavado.
-Uma! –mostrei a língua pra ele e fui pro banheiro.
Quando tirei minha roupa, um estalo veio em minha mente. Olhei meu reflexo no espelho e passei a mão por cima de minha barriga. Ela ia demorar mais pra crescer do que eu estava imaginando fazia somente algumas horas. Não tinha bebê. Não sabia que ia me afetar tanto assim quando a ficha caísse,
Uma lágrima escorreu em meu rosto e minha mão continuava sobre a minha barriga. Tomei meu banho e depois me enrolei debaixo das cobertas da cama.

ANA OFF/LUAN ON

Depois do banho, o humor da Ana mudou completamente. Ela se enrolou na coberta e ficou o resto da noite lá.
-Boa noite amor. –disse mas não obtive resposta.

Já havia amanhecido quando despertei com a Ana chorando e se mexendo demais do meu lado. Ela murmurava alguma coisa indecifrável. A abracei e depois de alguns segundos, ela se aquietou, ainda dormindo. Os pesadelos haviam voltado. Queria fazê-los sumir de vez, fazer com que ela se sentisse segura ao meu lado. Queria ser a pessoa que a mantinha de pé, quer ela esteja dormindo ou acordada, triste ou feliz. Porque é assim que se demonstra o amor, não importa se perto ou longe.

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