Ana
off/Isa on
Cheguei em
frente ao quarto onde a Bianca estava. Um policial estava na porta. Expliquei
quem eu era e ele me deixou entrar. Ela estava dormindo. Algemada à maca.
-Quem é
você?
-Sou
Isabella. Doutora Isabella Fonseca.
-A
advogada do Roberto... O que você tá fazendo aqui? Ele te mandou?
-Vim te
dizer que tudo o que você fez foi em vão. Sua vingança foi contra a pessoa
errada.
-Não
entendo.
-É por mim
que o Roberto está apaixonado. –ela olhou em meus olhos por alguns instantes.
Um olhar frio, vazio. Estava começando a reforçar a minha ideia de algum
deslize mental.
-Não
importa mais. –ela disse por fim, depois de segundos que pareceram horas.
-Mesmo?
-Eu nunca
vou sair daqui. E você vai sentir remorso e culpa pela morte do seu amigo.
-Mas eu...
Eu não... –tentei me controlar. Ela podia ser uma psicopata. “E se não for?”
minha cabeça gritava. “E se ela for somente má? Se ela só amar demais? Amar o
mesmo homem que você?” Lágrimas começaram a parecer, meus olhos ficaram
embaçados. Ela começou a rir.
-Pense.
Tudo. Todo esse sofrimento... É culpa sua.
-Não é.
Não fui eu. Foi você. –saí do quarto e me sentei num banco do lado de fora.
-Tudo bem?
–um policial me perguntou O riso dela ainda estava em minha mente. O momento em
que eu recebi a ligação da Ana falando sobre o Pedro, o nosso sonho recente e
realizado que era a Party Club, o nosso sonho antigo e guardado na gaveta, que
era o de ter um escritório de advocacia só nosso... Queria ir pra casa e chorar
sem ter ninguém olhando.
Isa
off/Luan on
Não pensei
em perguntar-lhe qualquer outra coisa, mesmo morrendo de medo da resposta. E se
ela realmente estivesse decidida a me deixar? Se ela ainda estivesse com aquela
ideia ridícula de que ainda me fazia mal?
-Eu te
deixei uma carta. –ela dizia sem olhar.
-Olha pra
mim. Olha pra mim e me diz que você não quer mais ficar comigo. Se você não quiser,
eu vou embora. Mas se você vacilar só por um momento, vou por esse bendito anel
em seu dedo e você só vai tirar quando for por o outro na outra mão.
-Tenho
tido pesadelos horríveis, eu agora me lembro deles. Não quero que nada de mal
te aconteça.
-São só
pesadelos. Nada de ruim vai acontecer comigo ou com você. Agora me responde.
Você quer ou não ficar comigo?
-Eu quero
muito, mas... –não deixei ela terminar de falar e a beijei. Arregaçaria as
mangas para que ela fosse minha pra sempre e o mundo inteiro soubesse. A soltei
e procurei a aliança em meu bolso. Não achei.
-Tá no
porta luvas. –fui pegar. Quando tirei minha atenção dela, percebi que juntava
gente ao nosso redor. Fui até o porta
luvas, peguei o anel e voltei correndo. Coloquei em seu dedo, beijei sua mão e
as pessoas bateram palmas. Ela sorriu entre lágrimas.
-Eu não vivo
longe de você. –juntei nossas testas- Porque quem eu vivo é você. Mais do que
te amo, eu te vivo Aninha.
-Sim, eu
também te vivo Luan. Sou capaz de deixar tudo pra trás se tiver com você.
Nos beijamos.
Ouvi vários “awwwwn” e alguns gritinhos de felicidade. Sorrimos pra quem
olhava.
-Me ajuda
a voltar pra casa? Tô com um probleminha ali o carro.
Levantei
uma sobrancelha, confuso. E naquela hora me bateu: Porque ela estava com o
carro parado no meio da rua?
E AÍ AMORS, GOSTANDO?
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