Dezenove



Cheguei à cidade. Como o Luan tinha algumas entrevistas pra fazer, só nos veríamos à noite. Me deitei na cama do hotel tentando colocar ordem na minha cabeça. O Luan foi atrás de mim mesmo eu sendo uma estúpida. A Lívia aceitava isso, ela não estava chateada comigo. Eu, por ser fã de alguém, sabia que poderia ser um pouco difícil ver teu ídolo com alguém. Se bem que eu não sabia o que éramos nós dois. Eu tinha que contar a verdade pra ele. Chegou um novo e-mail pra mim.
“O Presidente da empresa foi preso a alguns instantes pela Polícia Federal. Os advogados representantes dos diretores, acionistas e funcionários devem comparecer a uma reunião na segunda-feira em nosso escritório.
Atenciosamente,
Dr. Ricardo de Souza.
P.S.: Ana, você sabe onde a Lívia está? As amigas dela disseram que a viagem estava marcada pra essa manhã, mas ela não apareceu. Ligue para mim.”
A Lívia não apareceu? Mas ela ficou tão feliz que o pai a deixou ir... Antes de ligar pra casa, resolvi ligar pra ela.
-Oi.
-Li, onde você tá?
-Na sua casa.
-Porque não foi pra Floripa?
-Tô com dor de cabeça.
-Essa é a desculpa?
-É.
-Então liga pro pai e fala que você tá aí.
-Vou ligar.
-Você tá bem?
-Tô. Tchau.
-Tchau. Eu te amo.
-Tá. –ela desligou.

“Aninha, te espero no camarim antes do show. Estou ansioso pra te ver. Beijo, Luan.”
Ele me mandou um buquê de cravos parecido com este

Eu queria apertar o Luan e não deixar mais ele sair de perto de mim.
A ansiedade antes de vê-lo oscilava entre uma coisa saudável e outra que me deixava nervosa. O que era desnecessário, porque ele me conhecia bem. Ele já havia me visto acordando duas vezes, acho que em nenhum outro momento eu pareço tão estranha quanto todos os dias pela manhã.
-Ok, o pior já passou. –eu disse em voz alta.
“Qual pior? Por acaso ele sabe que você é uma traidora?” meu subconsciente gritava. “Não houve traição, o erro não foi seu. Ele te abandonou.” Eu estava confusa. “Ele pode estar perdido por aí com fome, frio, sede... E você curtindo com outro.” Tinha de parar de pensar nessas coisas, tinha que parar de pensar no Marcelo.
Me arrumei assim

E fui para o local do show.

Ana off/Luan on

-Não! Não faz isso! Deixa ele! Não! –acordei com a Ana falando algo assim e suando muito.
-Aninha?
-Não! Deixa, me deixa!
-Ana, calma. –a abracei e ela acordou.
-Lu?
-Tô aqui. Foi só um pesadelo.
-Foi?
-Você não se lembra?
-Só que... Alguém queria tirar alguma pessoa importante de mim. Eu não lembro muito bem de meus sonhos.
-Pessoa importante?
-É. –ela se aconchegou um pouco mais em mim- Eu acho que era você.
-Foi só um sonho.
-Eu tenho que te contar uma coisa.
-Fala amor.
-O motivo de... De eu não ter aceitado namorar você.
-Ana, a gente já conversou sobre isso. Se você não estiver pronta...
-Não Lu, eu tenho que contar.
-Tá.
-Foi meu primeiro namorado. A gente estudou junto no colégio e passamos no vestibular pra mesma faculdade. Fazíamos planos. Nós quatro, eu, ele, a Lívia e o Maurício. Íamos nos casar no mesmo dia e ir para a mesma cidade na lua-de-mel. Um dia ele trancou a faculdade e... e me disse que ia passar alguns meses no Oriente Médio. Sempre soube que o sonho dele era ser fotógrafo, então eu deixei ele ir mesmo triste. Ele disse que voltaria. Pra gente casar e seguir como nossos planos juntos. Me fez jurar que eu esperaria e assim eu fiz. Por três anos. E nesses três anos, nós não temos contato. Fiquei sabendo que no ano passado ele veio até Curitiba, mas logo voltou pro estrangeiro. E ele não me procurou. Isso me machucou muito porque eu o amei demais e ele simplesmente sumiu. Por isso eu não aceitei. Eu tive medo que você se cansasse de mim, e me abandonasse também.
Fiquei sem reação por alguns instantes. Quem seria capaz de abandonar alguém como a Ana? Tão doce, linda, carinhosa... Com aqueles lindos olhos verdes que transmitiam paz a qualquer um. O ser humano mais perfeitamente imperfeito que Deus tinha feito... E ele a quebrou. A machucou, fez com que ela duvidasse de mim.
-Eu não sou esse cara e nunca vou te deixar nem te magoar, se você quiser. Nunca. –Ela se sentou no meu colo, de frente pra mim.
-Desse tempo que a gente ficou pela primeira vez até agora, você tá me fazendo muito feliz, Luan Rafael. Eu te amo, quero ser sua. E quero que você seja meu também. Sei que você pode ter perdido o interesse depois do que eu falei, e vou entender se você não quiser. Mas... Você aceita namorar comigo?
-Assim não vale.
-Ah Lu, vale sim.
-Doutora Ana Maria de Souza... –peguei em sua mão- Eu aceito ser seu. Seu namorado, seu amigo, seu amante, seu irmão... O que você precisar.
-Eu te amo.
-Eu te amo. Minha namorada.
-Só sua.
-Só seu.

NOSSA QUE PENA DA ANINHA :( MAS E ESSE PEDIDO DE NAMORO HEIN? QUE FOFIS. *-* HAHAHA COMENTEM, PLEASE? BEIJINHOS DA DAN. ;)

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