Trinta e Seis

AMORES, ESCREVI ESSE CAPÍTULO ESCUTANDO ESSA MÚSICA DEEM PLAY. LÁ EMBAIXO VOCÊS ENTENDEM. BEIJOS.

Concordei em passar um tempo com o Luan em sua chácara enquanto não prendiam a Bianca. A Isa foi pra casa e me deixaram ir à minha por alguns minutos, só pra pegar algumas coisas minhas. Olhei pela janela do quarto e vi várias viaturas na frente da minha casa.  Fechei a cortina e abracei o Luan.
-Tô com medo. Muito medo.
-Ela não vai saber aonde a gente vai amor, calma. E vai polícia atrás da gente, vamos estar seguros. Confia em Deus. Ele sabe o que faz. –Luan me abraçou e beijou minha testa. Ele sabia que aquilo me acalmava.
-Prontos? –o Pedro entrou no quarto e pegou minha mala.
-Deixa que eu levo. –Luan disse.
Descemos. Levariam alguns dias no máximo pra que a polícia conseguisse achar a Bianca. Ao menos algum tempo de vida normal de volta. Sem ter que ficar sendo observado por policiais, sem shows sendo cancelados ou processos indo pra outros escritórios. E com a esperança de que a cadeia a mudasse para melhor, não para pior como muitas vezes já tinha visto acontecer.
Colocamos minhas coisas no carro do Luan.
-Tchau Pedrinho.
-Tchau Ana Meleca.
-Afe!
-O que? –Luan riu.
-O apelido dela de criança.
-Mas agora não tem mais graça.
-Tem... –Pedro fixou o olhar atrás de mim. Quando virei pra olhar, tiros ecoaram no ar. Pedro me jogou no chão e Luan se jogou por cima de mim. Fiquei paralisada, não acreditava no que acontecia naquele momento.
-Tudo bem? –a voz conhecida do mesmo policial (o qual eu descobri que se chamava Ferreira) chamou perto de nós. Luan se levantou.
-Amor? –estava ali fisicamente, mas na minha mente tinha um branco, como se não tivesse vivido nada antes daquele momento ou pretendesse viver depois. Apertei os olhos e me sentei no chão. Pedro. Girei minha cabeça a procura dele quando não achei me levantei.
-Pedro. –eu sussurrava. Policiais o colocaram em uma das viaturas, ensanguentado.
-Meu Deus, Pedro! –corri e entrei. Sentei perto dele.
-Te amo Ana. Nunca deixei de te amar. Só enquanto eu respirar vou me lembrar de você. –ele tentou cantar.
-Então vai lembrar por muito tempo.
-Não. –ele disse com dificuldade- Se lembra de mim pra sempre tá? Seja feliz.
-Pedro, não fala assim.
-Ainda lembro do nosso beijo. –ele riu- A gente saiu correndo... E a Ester foi falar com teu pai...
-A gente ainda vai ter muita coisa pra lembrar. –enxuguei minhas lágrimas de sua testa.
-Precisamos ir logo. –disse um dos policiais.
-Eu vou junto. –entrei na viatura. Os policiais entraram, ligaram o giro flahs e íamos em alta velocidade pro hospital mais próximo.
-Eu te amo. Nunca esquece.
-Eu te amo. Muito. Você é o melhor amigo que eu tive na vida.
-Você sabe que não é desse jeito. Mas eu já me acostumei. Seja feliz. –ele sussurrou e suspirou pela última vez no momento em que chegamos ao Hospital. Não sei de onde tirei forças, mas enxuguei uma lágrima que escorreu de seu rosto. Abriram a porta.
-Não precisa mais. –disse com a voz fraca.
“Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minha alma daquilo que outrora eu deixei de acreditar

Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar

Metade de mim
Agora é assim
De um lado a poesia, o verbo, a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo incerto... Depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só

Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar...”

Cantei sua música preferida. Devagar, soluçando, baixo. Havia perdido meu melhor amigo. O que havia de fazer naquela hora?

Trinta e Cinco



Luan continuava abraçado a mim enquanto policiais olhavam cada canto da minha casa, ainda bagunçada pela confusão. Não conseguia falar direito, então Luan respondia a maioria das perguntas. Àquela hora, já havia amanhecido.
-A janela do fundo está arrombada. Provavelmente a pessoa entrou por lá. –disse um dos policiais.
A casa se encheu de gente e eu me levantei pra abraçar a Isa. Minha vista se escureceu e eu só não caí porque Luan me segurou. Quando me recuperei, estava dentro de uma ambulância.
-O que aconteceu?
-Você desmaiou amor.
-Onde a gente tá indo?
-Pro hospital. –senti um calafrio.
-Não precisa.
-A gente só vai ver se tá tudo bem.
-Tá bom.
A única coisa que fizeram foi olhar minha pressão arterial, coisa que poderiam fazer na ambulância mesmo. Depois de ver que foi só uma queda de pressão, pude voltar pra casa de meus pais. Por algum motivo, não queriam que eu voltasse pra minha casa. A Isa, o Pedro e o Roberto estavam lá.
-Acho que você deveria ir... Tô com medo de ela tentar fazer algo contigo.
-Não consigo pensar direito se ficar longe de você. –ele beijou a minha testa. Amava aquele gesto dele. Me fazia sentir protegida, amada... Segura.
O mesmo policial que havia falado comigo mais cedo foi até a casa de meus pais.
-Eu quero saber de tudo. Não é porque tive uma queda de pressão que tenho que ser privada. –meu pai olhava-nos do outro lado da sala.
-Ela grampeou seu telefone. E tinha outra frase escrita no banheiro social.
-Qual? –ele hesitou um pouco antes de me dizer.
-“Devolva-o pra mim.”
-Ela quer... –olhei para o Luan- Ela acha que te tirei dela?
-Não. –o policial respondeu.
-Sou eu. –o Roberto se levantou.
-Você o que? –perguntei.
-Não é ele, sou eu. Todo esse inferno que você vive é por minha culpa.
-Nossa culpa.- a Isa me assustou com duas simples palavras.
-Não tô entendendo.
-Logo depois da separação, eu comecei a ver a Isa de um jeito diferente, não só como minha advogada. Comecei a... Me apaixonar por ela. Mas a Bianca não aceitou a separação mesmo depois de eu dizer na frente de todo mundo que ela não estava grávida. –me sentei no sofá.
-A Bianca é sua ex-mulher?
-Sim. E eu duvido que ela esteja grávida dessa vez também.
-Mas... Onde eu entrei nisso?
-Pra ver se ela largava um pouco de mim, eu contei que estava amando outra pessoa, mas não disse quem. Então ela começou a me seguir e por nossa aproximação, achou que fosse você.
-Achamos que foi tudo planejado. A noite com seus namorado, as fotos... As frases no espelho e as interceptações telefônicas dão um bom tempo pra ela na cadeia. –o policial disse.
-O que é feito dela?
-Ainda não sabemos, mas é provável que ainda esteja na cidade.
-Porque ela envolveu o Luan nisso? Eu ainda não entendo!
-Ela acha que você tirou a felicidade dela. E quer tirar a sua também.

Trinta e Quatro


Luan on
Quando a Ana adormeceu, a levei para o quarto. Beijei sua testa tendo a certeza de que ela estava ali ao meu lado e que eu podia protegê-la.
-Vai contar o que aconteceu? –Pedro falou atrás de mim.
-Vamos sair daqui. –descemos pra sala,
-O que essas fotos significam Luan? –a Isabella estava irritada comigo.
-Quando eu cheguei elas estavam falando de algumas fotos, mas não se quais são.
-São essas fotos. Estavam na mesa da cozinha. –ela me entregou e só de olhar a primeira já sabia do que s tratava.
-Não! Isso já tem muito tempo. Essas fotos são de meses atrás, amo a Ana, não ia fazer isso com ela.
-Bom. Então a gente não vai sair daqui até você contar certinho o que aconteceu. (Isabella)
-Essa... Bianca veio aqui e disse que vai... Acabar com nossa vida. –o Pedro começou a andar de um lado pro outro.
-Quem é ela?
-É aquela que disse que era sua namorada uma vez, né Luan?
-Ela mesma. Achei que era só mais uma querendo aparecer mas agora ela voltou e diz que tá grávida. Não sei como ela tirou essas fotos, mas depois desse dia eu não a encontrei mais. –a Isabella pegou o exame de gravidez que estava o chão e em seguida fez cara de espanto.
-Phiscolli? O sobrenome dela é Phiscolli?
-Phiscolli? Tem certeza? –o Pedro se assustou também.
-O que tem esse sobrenome?
-Bianca Phiscolli! Cara, sou muito burra. Não se trata de você ou da Ana.
-Então de que?
-Vamos Pedro, eu... Eu tenho que ir.
-Isa, do que se trata?
-Depois. Ah... Quando a Ana acordar liga pra mim e... Não a deixe sozinha.
Eles saíram e eu sui por quarto da Ana. Só então eu percebi que ele estava diferente. Ela estava a minha espera e o que deveria ser uma noite romântica havia de transformado em pesadelo. Ela havia chorado até dormir. No outro dia, iríamos até a delegacia e eu a levaria comigo. Não queria perde-la de vista  nem um segundo sequer. Estava seguro de que aquela mulher realmente poderia fazer algo com a Ana. Ela dormia ainda com o rosto inchado pelo choro e desde que começou a chorar, não falou mais nada. Me deitei ao seu lado e apertei seu corpo contra o meu. Não iria deixa-la jamais.

Luan off/Ana on

Quando despertei, estava quase amanhecendo. Percebi que o Luan estava deitado ao meu lado e eu estava em seus braços, na minha cama. Só me lembrava de estar em seu colo na sala e do meu choro incessante. Tinha medo de morrer e também de perder o Luan, e a única coisa que eu conseguia fazer era chorar. Por dentro eu era frágil como uma taça de cristal e agora todo mundo podia ver isso.
Consegui sair dos braços do Luan e fui até o banheiro. “Você nunca vai ter paz.” Estava escrito com meu próprio batom no espelho.

Ana off/Luan on

-Não! Não! Não! –ela repetia, parecia estar em pânico, colocando suas roupas dentro de uma mala.
-Ana? –ela parecia não escutar o que eu falava- Ana, para. O que aconteceu?
-Eu tenho que sair daqui. A gente... a gente não pode ficar mais... Ficar aqui. Não! –ela continuou a jogar as roupas na mala com movimentos repetidos. A abracei forte pra ela parar.
-Calma. Calma... Shhhhh, tudo bem.
-Não, ela entrou aqui. No banheiro. Passou por a gente. –a soltei e corri para lá.
“Você nunca vai ter paz.” Voltei pra abraçar a Ana.
-Calma, calma. A Isa disse que não é com a gente.
-Ela não vai nos deixar viver em paz. Você... Você tem que ir. Ela não pode te machucar, eu não posso deixar ela te machucar. –ela tentava sair de mim, mas eu não deixava.
-Não. Eu não vou a lugar nenhum. Vou chamar a polícia.

AMORES, O QUE VOCÊS ESTÃO ACHANDO DA HISTÓRIA? COMENTEM. BEIJINHOS DA DAN!

Trinta e Três



Luan me ligou falando que já estava chegando. Era quinta feira e ele ia dormir comigo aquela noite. Tinha feito um jantar que modéstia a parte, beirava a perfeição. Me arrumei especialmente pra ele, com esse vestido, uma sapatilha preta. 

Cacheei a ponta de meus cabelos e fiz um make destacando meus lábios com um batom vermelho.
Arrumei meu quarto também, com incensos e velas e a mesa de um jeito totalmente romântico. Queria me esquecer de tudo e ficar grudada ao Luan. Era só o começo já que no outro dia pela manha iria com ele para uma temporada e shows no centro-oeste, inclusive em Campo Grande, onde ele nasceu. Eu havia acabado de acender as velas quando chamaram à porta. Me acalmei um pouco só de pensar que o Luan havia chegado. Abri a porta sem nem querer atender o interfone antes. Fiz mal, pois não era o Luan.
-Olá! –a Bianca passou por mim com um sorriso idiota no rosto sem antes nem perguntar se podia entrar.
-O que você quer aqui?
-Aquela menina insuportável tá aqui? Não né? Soube que ela sumiu, deve estar se drogando. Sabe, esse é um dos sinais de um viciado. Cuidado que daqui a pouco ela começa a roubar suas coisas. –ela se sentou no sofá.
-Não fala da minha irmã, você não conhece ela.
-De qualquer forma, não vim falar da pentelha. Vim te dar uma coisinha. –ela se levantou e me estendeu um envelope.
-O que é isso?
-Abre e vê quem tá falando a verdade.
-Confio no Luan. –empurrei o envelope de volta.
-Se confiasse não teria medo de abrir.
-Sai da minha casa. –fui pra cozinha e ela veio atrás de mim.
-Cheiro bom, mesa arrumada perfeitamente e com certeza você está provocante por debaixo desse vestido. Ele vem, não é?
-NÃO É DA SUA CONTA!
Ela começou a tirar fotos de dentro do em envelope e por em cima da mesa. Ela, o Luan e outra mulher.
-Tira isso da minha mesa.
-E agora, quem tá falando a verdade?
-Isso não prova que você tá grávida. –voltei pra sala.
-Mas isso prova! –ela me jogou um exame.
-Não prova que é do Luan. –me neguei a olhar o resultado.
-Você é burra ou o que? Essas fotos vão parar na Internet e ficar na cabeça de cada um que as vir. Na dos fãs, na de seus pais, na dos pais dele, na sua... E você nunca mais vai conseguir ser feliz. –“me deixe em paz” eu sussurrava- Depois eu dou um jeito de sumir... Mas essas fotos não vão.
-Você vai sumir agora mesmo. –ouvi a voz de Luan e as lágrimas que eu tentava conter, escaparam de mim.

Ana off/Luan on

-Papai! Que bom que você chegou, nosso bebê gosta de ouvir sua voz. –ela riu e acariciou a barriga.
-Sínica! –dei um tapa na Bianca e ela caiu no sofá.
-Luan, ela tá grávida!
-QUÊ? Mas não é meu, não tem como.
-Idiota! Imbecil, filho de uma cadela! –ela se levantou e eu abracei a Ana- Eu faço questão de acabar com a vida de vocês, nem que isso seja literalmente.
-VOCÊ DISSE O QUE?
-Oi drogada. Quem sabe você mesmo não faz isso por mim hein? O que você quer? Cuidado pra não pegar AIDS, ou passar. –foi a vez da Ana bater na Bianca. Ela tentou revidar, mas a joguei em cima do sofá. A Ana sempre mantinha a calma e dizia que conversar era melhor do que ir pra cima, mas a Bianca passou dos limites.

Luan off/Lívia on

Fui até o sofá, segurei o rosto dela (não sei de onde tirei força pra isso) e disse alto e claro:
-EU NÃO SOU DROGADA! SAI DAQUI. –peguei ela pelo braço e arrastei até o lado de fora.

AMORES, TODOS NÓ DA EQUIPESS ESTAMOS CONSTERNADOS COM O QUE ACONTECEU EM SANTA MARIA E COM A MORTE DE UMA LUANETE, A MARIA MARIANA FERREIRA, COMO TODOS DEVEM ESTAR TAMBÉM. NÃO SEI BEM O QUE FALAR SOBRE ISSO, É SÓ UMA TRISTEZA QUE SE SENTE QUE É FORA DO COMUM, PENSAR EM UMA TRAGÉDIA TAO GRANDE ASSIM... MAS É ISSO, BEIJOS E ATÉ O PRÓXIMO CAPÍTULO.

Trinta e Dois



-O que você faria se eu tivesse de ir embora?
-Aconteceu alguma coisa?
Eu e o Luan estávamos em um parque, de frente pra lagoa, embaixo de uma cerejeira.
-É estranho ver uma cerejeira assim nessa época do ano.
-Luan, me responde. Aconteceu alguma coisa? Porque você vai embora?
-Filha, vamos?
Não tinha percebido uma menininha sentada à nossa frente.
-Não quero papai. –quando ela se virou, percebi que se parecia comigo aos seis anos. Até o mesmo corte de cabelo, com a franja rente a testa e olhos grandes e verdes brilhando.
-Vamo meu amor, papai te dá sorvete quando chegar.
-Luan! –chamava, mas ele parecia não me escutar e seguia conversando com a menina.
-E a gente vê a mamãe?
-Sim princesa, a gente vê a mamãe. Agora vamos?
-Luan, fala comigo!
Ele se levantou e pegou na mão da menina. Eles foram andando.
-Hoje a gente vai arrumar a árvore de Natal?
-Se você prometer ajudar o papai, a gente arruma. –a menina comemorou.
-Luan, quem é ela? –comecei a chorar- Luan, olha pra mim. LUAN! –eles saíram andando- Luan, volta!
A imagem se desfez aos poucos e se transformou em meu quarto escuro. Meu corpo estava suado e eu me agarrei aos lençóis com força. Me situei aos poucos de onde estava.
Me sentei na cama e fui até a cozinha buscar um pouco de água. Olhei no relógio, 03h30min da manhã. Droga, aquele sonho ainda estava em minha cabeça. “Filha.” De quem? Bianca? Não. Se fosse ela não pareceria tanto comigo. Mas foi um sonho, podia parecer com qualquer um. Mas aquela criança nos separou. Oh droga, estava chorando feito um bebê de novo. Os soluços me faziam tremer o copo que segurava. Perder o Luan me deixava assim mesmo em sonhos, mesmo depois de despertar.
Precisava dele do meu lado pra quando acordasse de um pesadelo saber que estaria tudo bem. Ou quem sabe, acabar de vez com meus pesadelos. Fui até meu quarto temendo dormir, com medo de que o sonho voltasse.

Acordei as nove com a Lívia me chamando.
-Ana, acorda Ana.
Estava no mesmo estado de antes.
-O que aconteceu?
-Você estava tendo outro pesadelo.
-Quem eu gritei dessa vez?
-Não deu pra entender.
Me lembrei que tinha hora marcada com o ortopedista e que logo o Roberto ia chegar pra me buscar. Me levantei e me arrumei.
-Vou tirar, mas não podes usar salto, dirigir ou correr.
-A mesma coisa de nada.
-Não reclama Ana, ao menos vai poder tomar um banho de verdade.
-Eu tomo banho de verdade! –dei um tapinha no ombro dele.
-Me disseram que você não gosta.
-Pois mentiram. Ok? Ok. –ele riu.

Ana off/Pedro on

Não digo que foram os três piores meses da minha vida, porque os ANOS da Ana com o Marcelo me machucaram mais. Mas também não foram os melhores. Via a Ana quase todos os dias, nas audiências, na Party Club e quando ela, a Isabella e o Guilherme se juntavam a mim para o almoço.
-Isa, posso te perguntar uma coisa?
-Manda bala.
-Porque você nunca namorou?
-O que?
-Todo mundo sabe que pretendente nunca te faltou. Mas você nunca passa dos rolinhos de uma semana. Daqui a pouco fica velha e ninguém vai querer te namorar. Gorda você já tá ficando.
-Gordo é você, se enxerga! –rimos- Além do mais, você tá encalhado aí até hoje. Vai, eu sei que a única pessoa que você beijou até hoje foi a Ana. E nunca, nunca, nunquinha passou de um beijo em vinte e cinco anos! –ela riu de mim.
-Não! Quer dizer, já. Quer saber, não.  Eu não achei a pessoa cert... O que tá acontecendo ali?
Passávamos em frente a casa da Ana quando vi a Lívia levando alguém (maior do que ela inclusive) pelo braço. Parei o carro em frente.
-SOME DA VIDA DA ANA E DO LUAN!
-Lívia, não vale a pena. Ela não vai voltar. –Luan saiu pela porta também, tentando colocar a Lívia pra dentro.
-O que aconteceu? –a Isa perguntou ao Luan e em seguida olhou pra mulher que a Lívia tinha colocado pra fora. Não nego que ela fazia qualquer homem olhar duas vezes, mas não me importava aquela hora.- O que você tá fazendo aqui?
Estava claro que eu era o único que não tinha a mínima ideia do que estava acontecendo.
-Cadê a Ana?
-Lá dentro.
Minha única reação foi ir procura-la. Ela estava sentada no chão, encostada no sofá. Chorando tanto que chegava a tremer.
-Ana, por favor. –me sentei ao seu lado e a abracei o mais forte que pude, com cuidado para não machuca-la- Por favor, não chora assim, me parte o coração. Quem era aquela moça?
Ela tentava falar, mas só conseguia chorar e soluçar mais ainda.
A Lívia passou correndo, pegou uma caixa e saiu de novo. Luan entrou e sentou no sofá. Antes de ele falar qualquer coisa, ela pôs a cabeça em seu colo. Ele beijou a bochecha dela e começou a lhe fazer carinho. Nos olhos dele tinham lágrimas também.
-Vai ficar tudo bem, ela não vai voltar.

E AÍ AMORES, ALGUMA IDEIA DE QUEM SEJA A TAL "MULHER"? =X Ó, ESSE CAPÍTULO É O PRIMEIRO DE ALGUNS MUITO IMPORTANTES TÁ? PRESTEM ATENÇÃO. HEHEHE BEIJINHOS DA DAN. ;D