Noventa


Após o banho (e de mandar uma mensagem pro Luan escrito “te vivo” umas duzentas vezes), me olhei no espelho. Meus seios pareciam maiores. Eu estava lutando pra não engordar, porque se não, eu não caberia no vestido. Mas mesmo assim meus seios aumentaram. Me senti uma balofinha. Tomei banho e então desci. Lívia já estava em casa e pediu comida japonesa pra gente. Normalmente, aquilo era como um vício pra mim, mas fez meu estômago embrulhar e minha cabeça girar. Depois de fazer o que eu achava a coisa mais nojenta do mundo, a Lívia apareceu no banheiro.
-O que aconteceu?
-Eu não sei. Só foi um enjoo. –me olhei no espelho de novo- Você pode fazer uma coisa pra mim?

ANA OFF/LÍVIA ON

Comprei o que ela pediu, e quando voltei pra casa, a Ana estava selando um envelope.
-O que é isso?
-Você comprou?
-Comprei. –disse com um sorriso e entreguei a caixinha a ela. Depois de alguns minutos, o resultado foi satisfatório (na verdade, foi uma das melhores notícias que eu já recebi). E então, Ana me estendeu o envelope.
-Se... –ela hesitou um pouco antes de falar- Eu me sinto estranha, e quero que me prometa que vai fazer o que eu vou te pedir. –os olhos dela estavam marejados.
-Tá, eu prometo. Agora, o que aconteceu? Não fica assim minha irmã, eu odeio te ver assim.
-Se... Só ouve, tá? Se acontecer... Alguma coisa comigo, não importa quando for, pode ser hoje ou daqui a cinquenta anos, mas se acontecer alguma coisa eu não estiver aqui, quero que você me prometa que vai dar esse envelope ao Luan, tudo bem? Sem abrir. Você vai saber a hora certa.
-Ana, eu não...
-Por favor. Que euro que ele saiba o quanto eu o amo mesmo sem eu estar aqui. Eu quero que ele sinta minha presença ao seu lado.
“E o que te faz pensar que você vai primeiro?” eu cheguei a pensar, mas na hora não admiti nem mesmo pra mim mesma, porque me doía demais só pensar em perder um deles dois.
-Porque você não entrega? Tenho certeza de que ele não vai abrir.
-Não faz sentido eu entregar agora. Por favor, você... Você tem que me prometer.
-Tudo bem. –eu disse e peguei o envelope. Ela me abraçou- Vou guardar ele, e espero não vê-lo tão cedo.
-Você vai saber a hora certa.
-Eu te amo.
-Também te amo.
Ficamos juntas no sofá, e depois de algum tempo, ela foi dormir. No outro dia, era a última prova do vestido. Eu estava nervosa pra saber se ela gostaria da decoração. Tudo estava por conta e risco minha e de Luan. Como conhecíamos a Ana, fizemos uma coisa que tinha a ver tanto com ele tanto com ela. E com a ajuda de alguns profissionais, tudo deu certo. Bom, pra mim estava tudo certo.

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