Oitenta


Quando chegamos no Rio, haviam vários recados  pra mim no correio de voz do celular. De um mesmo número. Eu tinha certeza que era o Marcelo. Não havíamos conversado ainda, e o quanto que pudesse adiar isso, assim eu faria.
-Eu já marquei a data mor.
-De que?
-Do nosso casamento.
-Porque cê não me chamou?
-Você disse que queria surpresa, só vou te falar dois dias antes.
-É foi, eu disse isso. Me desculpa. Eu fico avoada no fim do ano.
-Até quando o assunto é nosso casamento?
-Lu, me desculpa, mas é que eu... tô de TPM, desculpa. –ele riu.
-Tudo bem.
-Eu te amo. Muito. Do tamanho do universo elevado a vigésima potencia.
-Eu te amo do tamanho do universo elevado à milésima potencia.
-Isso dá muita coisa.
-Tanta que eu nem sei contar. –rimos.

ANA OFF/LUAN ON
Faltavam minutos para a meia-noite. Ficaríamos na varanda da suíte que reservei pra nós dois, de frente pra praia de Copacabana. Ouvi a porta do banheiro abrir e me virei. A Ana estava linda. Ela sempre era, mas estava mais do que o costume. Parecia que o brilho das estrelas tinha ido pro seu olhar. Seu cabelo estava solto de um jeito desarrumado e milimetricamente sexy. Ela estava com uma saia curta na frente e grande atrás (eu não sabia nem meu nome naquele momento, muito menos o nome da saia). Olhei suas pernas e perdi a respiração por alguns segundos. O perfume dela me atraía pra cada vez mais perto. Ela era linda. Ela era minha.
-Lu?
-Você... tá linda.
-Obrigado. –ela respondeu e ficou vermelha. Ela ainda ficava vermelha quando eu a elogiava, isso era tão... encantador.
-Três minutos. Pode me acompanhar  até seu camarote, senhorita?
-Sim senhor. –ela riu e me deu o braço.
Foi tudo lindo. Eu, ela, a virada... Mas meu coração se alegrou mais ainda com o que ela disse depois do brinde.
-Eu prometo.
-O que?
-Só nós dois. Não só aqui, por toda a vida. Até sermos três.
-Cinco.
-Quatro.
-E a creche, fica onde?
-A creche fica pra quando eu tiver paciência pra um monte de fralda suja. –rimos.
-Daqui a quatro meses... –peguei na mão dela.
-Serei a Senhora Santana.  Com muito orgulho.

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