Quando a minha mãe chegou, dei uma pausa no trabalho.
-Atrapalho?
-Não. –ela se levantou e me abraçou- Senti saudades.
-Foi só uma semana.
-Foi o bastante. E então... Quando começam os
preparativos para o casamento?
-Ainda nem sabemos a data.
-Quero que você tenha um casamento lindo. Com todas as
partes, tudo certinho. Não um de cinco minutos como o meu.
-Por alguns dias... A gente achou que eu estivesse
grávida. Mas... foi alarme falso. –abaixei a cabeça.
-Não foi a hora certa. –ela segurou a minha mão- E
acredite, casar com um barrigão não é lá muito confortável. –rimos.
-Mãe, me desculpe, mas eu tenho que te perguntar isso.
-O que?
-Você sabia das cartas, não era? –ela suspirou e se
recostou na cadeira.
-Sim, eu sabia. Mas achávamos que era o melhor pra você.
Quando percebemos que lhe faria tão mal, já era tarde demais.
-Mas, qual era o problema?
-Um dia você vai entender.
Na pausa do almoço, eu não senti fome. Eu tinha certeza
de que se tirasse a cabeça do que tinha pra ser resolvido, eu demoraria décadas
até conseguir voltar a me concentrar de novo. Não queria que nenhum caso fosse
parar em outro escritório ou na mão da Ester novamente. Não que eu não
confiasse, ela era uma das melhores advogadas da cidade, mas tinha seus próprios
problemas pra resolver. No fim do dia, resolvi toda a papelada, mas tinha uma
única coisa a resolver: uma conciliação, mais uma vez envolvendo pensão
alimentícia. A outra parte marcou
urgentemente uma reunião para o outro dia de manhã. Tentei adiar, mas não deu.
Eu não podia ficar sem ir com o Luan! Como estaria em dois lugares ao mesmo
tempo?
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