Lívia on
Quando
abri a porta do quarto da Ana, eram 7 da manhã. Ela e a Ester provavelmente
tinham bebido demais na noite anterior.
-Noiva,
madrinha... Hora de acordar. (Eu)
-NAAAAAAAO!
–a Ester reclamou.
-O que? O
que aconteceu? Cadê a mamãe? (Ana)
-Tá na
hora de levantar, ir pro salão e casar. A mamãe tá em casa. (Eu)
-Eu não
quero casar. (Ana)
-Ana, não
é você quem vai casar, é a Ester. Até que horas vocês beberam? (Eu)
-Eu só vou
beber mais hoje, amanhã vou parar... (Ana)
-Ai meu
Deus, vou ter que chamar a mãe. Como vou levar vocês duas? Vocês não tem
condição de dirigir. (Eu)
-FUSCÃO
PRETOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO VOCÊ DIZ QUE É DE AÇOOOOOOOOO... (Ana)
-PARA de
gritar Ana. Parece até que nunca bebeu. –a Ester levantou e a Ana começou a
rir- não precisa chamar a mamãe. A única que se embebedou demais foi a Ana. (Ester)
-Eu não tô
bêbada. Eu sou sua madrinha, não posso aparecer bêbada no teu batismo. (Ana)
-Meu
batismo foi a muito tempo, hoje eu vou me casar. Vamos Ana, levante logo. (Ester)
-Vou não,
quero não, posso não... Vou é ligar pro Luan. Quero ama-lo de novo. (Ana)
-Ligar pra
quem? –comecei a rir, mas depois parei- você tem o numero do Luan mesmo? (Eu)
-Lá vem a
noiva, toda de branco... (Ana)
-Ela tem o
que, tá mais bêbada que um gambá! (Ester)
-Não. É
você que tá. (Ana)
A Ester
saiu do quarto e depois eu ouvi um tombo. Ela tinha caído do segundo degrau da
escada.
-Deus do
céu, tenho que chamar a mamãe.
Liguei pra
minha mãe e quando ela finalmente chegou, as duas já tinham conseguido tomar um
banho. Só que a Ester não parava de chorar e a Ana, de rir e cantar. No salão,
elas dormiram durante a massagem. Quando acordaram, a Ester reclamou de dor de
cabeça e a Ana de enjoos, mas os “delírios” já tinham passado. As outras
madrinhas ficaram em outro salão.
Lívia
off/Ana on
Pra mim, o
dia começou quando eu acordei, no salão. Como eu havia chegado lá, não me
pergunte. Estava com sono e nauseada.
Me arrumei
desse jeito
E me
emocionei ao ver minha irmã.
A Lívia
estava vestida assim:
Fui antes
dela. Como foi eu e a irmã do Maurício que ajudamos com a decoração da Igreja,
não houve surpresa.
O Maurício
estava lá no altar, ansioso pela chegada dela. E aquela foi A chegada. Enquanto
o coral da Igreja cantava “Ave Maria”, a Ester entrava de braços dados com o
papai. Minha irmã nunca havia estado tão linda. A felicidade era clara e
evidente, os olhos dela brilhavam e havia em seu rosto o sorriso mais lindo que
eu já tinha visto ela dar. Não pude evitar me emocionar também.
“Nós vamos
nos casar no mesmo dia que a Ester e o Maurício. Eu te prometo. Basta você me
esperar.”
Eu odiava
me lembrar dessas palavras, odiava ter
prometido que ia espera-lo, odiava ficar triste no casamento da minha
irmã.
Festa de
casamento tinha que ser “a festa” e assim foi. Tinha mais gente lá do que na
Igreja, mas isso era normal.
“E nós
quatro vamos pra Veneza, passar a lua de mel. E lá nós vamos ter os melhores
dias da nossa vida.”
Me peguei
a beira de chorar na festa de casamento da minha irmã.



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