Onze



Lívia on
Quando abri a porta do quarto da Ana, eram 7 da manhã. Ela e a Ester provavelmente tinham bebido demais na noite anterior.
-Noiva, madrinha... Hora de acordar. (Eu)
-NAAAAAAAO! –a Ester reclamou.
-O que? O que aconteceu? Cadê a mamãe? (Ana)
-Tá na hora de levantar, ir pro salão e casar. A mamãe tá em casa. (Eu)
-Eu não quero casar. (Ana)
-Ana, não é você quem vai casar, é a Ester. Até que horas vocês beberam? (Eu)
-Eu só vou beber mais hoje, amanhã vou parar... (Ana)
-Ai meu Deus, vou ter que chamar a mãe. Como vou levar vocês duas? Vocês não tem condição de dirigir. (Eu)
-FUSCÃO PRETOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO VOCÊ DIZ QUE É DE AÇOOOOOOOOO... (Ana)
-PARA de gritar Ana. Parece até que nunca bebeu. –a Ester levantou e a Ana começou a rir- não precisa chamar a mamãe. A única que se embebedou demais foi a Ana. (Ester)
-Eu não tô bêbada. Eu sou sua madrinha, não posso aparecer bêbada no teu batismo. (Ana)
-Meu batismo foi a muito tempo, hoje eu vou me casar. Vamos Ana, levante logo. (Ester)
-Vou não, quero não, posso não... Vou é ligar pro Luan. Quero ama-lo de novo. (Ana)
-Ligar pra quem? –comecei a rir, mas depois parei- você tem o numero do Luan mesmo? (Eu)
-Lá vem a noiva, toda de branco... (Ana)
-Ela tem o que, tá mais bêbada que um gambá! (Ester)
-Não. É você que tá. (Ana)
A Ester saiu do quarto e depois eu ouvi um tombo. Ela tinha caído do segundo degrau da escada.
-Deus do céu, tenho que chamar a mamãe.
Liguei pra minha mãe e quando ela finalmente chegou, as duas já tinham conseguido tomar um banho. Só que a Ester não parava de chorar e a Ana, de rir e cantar. No salão, elas dormiram durante a massagem. Quando acordaram, a Ester reclamou de dor de cabeça e a Ana de enjoos, mas os “delírios” já tinham passado. As outras madrinhas ficaram em outro salão.
Lívia off/Ana on
Pra mim, o dia começou quando eu acordei, no salão. Como eu havia chegado lá, não me pergunte. Estava com sono e nauseada.
Me arrumei desse jeito

E me emocionei ao ver minha irmã.

A Lívia estava vestida assim:

Fui antes dela. Como foi eu e a irmã do Maurício que ajudamos com a decoração da Igreja, não houve surpresa.
O Maurício estava lá no altar, ansioso pela chegada dela. E aquela foi A chegada. Enquanto o coral da Igreja cantava “Ave Maria”, a Ester entrava de braços dados com o papai. Minha irmã nunca havia estado tão linda. A felicidade era clara e evidente, os olhos dela brilhavam e havia em seu rosto o sorriso mais lindo que eu já tinha visto ela dar. Não pude evitar me emocionar também.
“Nós vamos nos casar no mesmo dia que a Ester e o Maurício. Eu te prometo. Basta você me esperar.”
Eu odiava me lembrar dessas palavras, odiava ter  prometido que ia espera-lo, odiava ficar triste no casamento da minha irmã.

Festa de casamento tinha que ser “a festa” e assim foi. Tinha mais gente lá do que na Igreja, mas isso era normal.
“E nós quatro vamos pra Veneza, passar a lua de mel. E lá nós vamos ter os melhores dias da nossa vida.”
Me peguei a beira de chorar na festa de casamento da minha irmã.

Nenhum comentário:

Postar um comentário